Violência e Educação

O preço que a violência cobra é alto! Os prejuízos que o tráfico (inclui-se o de armas), o crime organizado e a marginalidade causam no Estado e na sociedade são exorbitantes, para não dizer assustadores.

Não apenas os impostos não pagos, mas também a conta de aposentadorias prematuras, de tratamentos de saúde e todas as consequências trágicas que a violência causa contabilizam perdas em todas as esferas possíveis e são causadores diretos de atrasos no desenvolvimento do país. A educação também paga essa conta. Recebe não apenas estilhaços dessa guerra, mas bombardeios diretos em estudantes que convivem com a violência.

Como consequência imediata de confrontos entre polícia e marginalidade em morros cariocas ou favelas paulistas, temos escolas fechadas, pais e alunos com medo, depredação e ausência de expectativas positivas de futuro. Isso, se o tráfico já não tiver contratado esse aluno antes dele passar pela porta da sala de aula. Já perdemos muita gente. Muitas crianças estão trabalhando para o crime e fora das escolas.

Às vezes fica difícil competir com criminosos que dominam uma comunidade, que empunham armas, em carros e motocicletas importados e possuem algo atrativo a todos nós, morro acima ou abaixo: poder. Ninguém quer ser professor, mas muitos querem ser traficantes. Esse “herói” está na vida dessas pessoas mostrando que o crime compensa sim e quanto mais ignorantes acreditarem nisto, mais poder os marginais tem e mais combustível para convencer, desde cedo, que é muito mais interessante (e rentável) ser traficante do que estudante.

Conhecimento não compra TV de plasma, nem hidromassagem, nem caminhonete. Aprender História do Brasil não dá uma casa linda para a família, nem pingente de brilhantes para sua mãe. Mas começar sendo “avião” significa talvez ser patrão um dia e poder ter tudo que o dinheiro pode comprar, independente de onde ele venha.

Modestos passos foram tomados, mas é de bom tom que nos convençamos que esta guerra está apenas começando.