domingo, 14 de novembro de 2010

INTOLERÂNCIA

A maioria das guerras –incluem-se neste grupo os ataques de 11 de setembro- começou com a mão da intolerância. E parece que ela está novamente à espreita, esperando o momento certo de apertar o gatilho.
Alguém odeia nordestino e se acha no direito de falar isso abertamente, sem vergonha alguma. Como se fosse bonito ser feio. Como se fosse normal odiar, simplesmente porque eu não nasci no mesmo lugar que você. Porque minha pele é de outra cor. Porque eu não digo as mesmas palavras quando rezo. Porque eu não gosto da mesma música. Do mesmo sexo. Porque meu dinheiro não é o bastante. Porque meu Deus é diferente do seu.
Num momento em que a liberdade de expressão é difundida com tanta eloqüência, ainda não aprendemos a diferenciar opinião, expressão, sugestão, soberba, ofensa e opressão. Há jovens agredindo e matando porque não aceitam que há homossexuais, negros, judeus, nordestinos e pobres. O diferente amedronta como serpente venenosa, que ataca sem razão.
Tanto avanço tecnológico não conseguiu ser viral quando se trata de tolerar e respeitar o outro. Infelizmente, ainda encontramos quem acredite ser possuidor de verdades absolutas. A aceitação de outras possibilidades já pintaria uma paisagem diferente nessa realidade tão cheia de pessoas inflexíveis.
Não existe uma causa, uma explicação para a maldade do preconceito, para a disseminação do ódio. Acredito sim nos remédios: amor e generosidade. Quando um maior número de pessoas se convencerem que a preferência sexual de um cidadão não determina o seu caráter, talvez tudo fique mais simples, mais humano, mais feliz! Aceite. Aceite que todas as pessoas são diferentes e por que deveriam ser iguais? Que chato seria um exército de semelhantes!
Está muito difícil ter esperança no futuro, neste presente de jovens agressores, com a alma manchada pela maldade gratuita, pela agressão injustificável. Pensamos em leis mais severas e questionamos a maioridade penal. Queremos um remédio rápido. Esquecemos-nos de educar para prevenir. Criar seres humanos HUMANOS! É inaceitável que alguém seja espancado ou hostilizado porque pensa diferente, porque tem outros desejos, porque tem outra fé.
Acreditar que existem pessoas mais privilegiadas que outras é duvidar do amor de Deus. É questionar o próprio Deus. Nada justifica a intolerância. Jamais.

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