O ministro da Educação Aloizio Mercadante acredita ser uma "tarefa política difícil de ser executada" e sugere, em vez de 10%, a meta de 8%.
Atualmente, embora em crise econômica, a Alemanha tem meta de investir 10% de seu PIB em educação até 2015. Outros países, como Finlândia e Suécia, investem cerca de 6 a 8% de seus PIBs. Já o Brasil investe 5,1%, segundo o INEP. Porém, nosso gasto anual por aluno gira em torno 1300 dólares, frente a quase 9 mil dos EUA e a quase 8 mil do Canadá (a média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE, é de cerca de 7500).
Outro ponto fundamental é a discrepância entre os nossos gastos no ensino superior (que são próximos aos dos países desenvolvidos) e no ensino básico. Gasta-se 17 vezes mais com um universitário do que com um aluno de ensino fundamental. Na Coreia do Sul, essa razão cai para apenas o dobro. Além disso, aqui o ensino superior absorve cerca de 15% dos nossos gastos com educação para uma parcela de apenas 3% do total de estudantes.
Especialistas alertam que mais importante do que o dinheiro é a forma de investi-lo, para que ele gere resultados. É necessário investir em capacitação de professores, diminuição do número de alunos por sala, contratação de professores em regime de trabalho exclusivo e ampliação das escolas com ensino integral. Um estudo da Fiesp aponta que o Brasil desperdiça cerca de 56,7 bilhões de reais por ano em educação. A diretora-executiva do Todos Pela Educação Priscila Cruz afirma que na última década, embora o investimento em educação tenha crescido de 3,9% para 5,1% do PIB, nossa matemática ficou estagnada.
Por fim, resta saber de onde virão os recursos. Uma possibilidade é utilizar o dinheiro oriundo dos royalties do petróleo do Pré-Sal. Mas isso ainda deve ser debatido.
O desafio de melhorar a educação brasileira: um dos primeiros passos é a redução do número de alunos por professor |
Dados provenientes de pesquisa realizada pelo Dr. em Educação Nelson Cardoso Amaral, professor da Universidade Federal de Goiás e da OCDE.
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