Muita gente boa está pensando em novas formas de intervir na educação!
Essa semana o blog traz, através de uma publicação da Exame, as idéias de Ricardo Paes de Barros, especialista em política pública que pretende revolucionar a educação brasileira começando por onde a mudança realmente deve começar: a educação básica.
Suas ideias ainda não foram postas em prática mas já estão causando polêmica entre os estudiosos de pedagogia, devido ao uso de testes e análises de padrão internacional. Conheça melhor essa história!
“Engenheiro pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica e doutor em economia pela Universidade de Chicago, [Ricardo Paes de Barros] é um estudioso obsessivo. Cordato no trato pessoal, no trabalho é um questionador de premissas, teses e dados.
Em 2000, quando foi chamado para avaliar a eficácia dos programas de educação do Instituto Ayrton Senna, não apresentou conclusões antes de testar 57 000 hipóteses em escolas de quase 1 000 cidades durante cinco anos. “PB é um pesquisador incansável”, diz o economista José Márcio Camargo, professor da PUC do Rio de Janeiro.
Atualmente ele tem trabalhado em uma nova política pública para a educação básica, que vai trabalhar com um sistema de metas, testes e intensa pesquisa empírica na análise dos resultados:
Parte de seu trabalho até agora foi coordenar uma pesquisa com 500 alunos de 100 instituições do Rio de Janeiro para avaliar a pré-escola no Brasil.
A conclusão é que o desenvolvimento das crianças está muito aquém do esperado, mesmo em locais com boa infraestrutura — como brinquedos e pátio para correr. PB concluiu que os pontos frágeis são a qualidade e a estrutura dos programas, que se preocupam com o desenvolvimento físico das crianças, mas não promovem o aprendizado intelectual que a fase permite.
Sua análise considera métodos usados na Austrália e no Chile. Todos se baseiam em avaliações que identificam as dificuldades das crianças. O Chile aplica baterias de testes para verificar se elas evoluíram e estão aptas para a próxima etapa: aprender a ler e a escrever.
A maior inspiração de PB vem do professor e amigo James Heckman, Nobel de Economia que formulou as mais aplaudidas teses sobre os efeitos da educação infantil no longo prazo. Eles se conheceram em Chicago em 1988 e têm vários trabalhos juntos. Heckman identificou que adultos que tiveram boa educação antes dos 6 anos são mais produtivos, criativos e usufruem renda até 6% superior à dos que não tiveram a mesma sorte.
Mesmo com todo esse arcabouço, o diagnóstico é repudiado pelos educadores. “A avaliação com testes segue modelos internacionais e é inadequada à nossa realidade”, diz Vera Maria Ramos Vasconcellos, coordenadora do departamento de estudos da infância da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Descontentes, teóricos do ensino pressionam o Ministério da Educação para que interfira na elaboração do programa. Paes de Barros considera as críticas parte do processo, mas não está disposto a abdicar das métricas.
Ele sempre criticou o governo por não ter adotado um sistema de avaliação para os projetos sociais e defende que o programa para a primeira infância tenha metas, prazos e critérios de avaliação — das crianças, das escolas e dos professores.
“Só com a aplicação da ciência será possível avançar com a educação no Brasil”, diz PB.
O programa, que tem causado polêmica no meio político e acadêmico, vai ser apresentado à Presidência e aí saberemos sobre sua aplicação.
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Abraços
Equipe de Comunicação Crea+ Brasil
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